Por Dafne Cantoia
No último fim de semana aconteceu em São Paulo a CCXP – Comic Com Experience, um dos maiores eventos de cultura pop do mundo A edição de 2022 reuniu 280 mil pessoas em 4 dias de evento, gerando quase 250 horas de conteúdo.
Mais do que um evento para reunir geeks de todo o país em busca de encontros com seus ídolos da TV e do cinema, ou de aficionados por quadrinhos buscando os últimos e exclusivos lançamentos, a CCXP é um acontecimento para as marcas. Entre apoiadores, patrocinadores e expositores, foram mais de 60 marcas presentes nos 4 dias de evento. E assim como os participantes, as marcas se prepararam com antecedência para não fazer feio diante de um público exigente, fazendo um verdadeiro cosplay em suas ativações.
Cosplay, para quem não está acostumado com o termo, é a junção das palavras em inglês “costume” e “play” – o que traduzido livremente seria uma interpretação de seu personagem favorito, usando roupas, acessórios e até trejeitos. A CCXP é a terra prometida dos cosplayers, e inclusive promove um concurso durante os dias do evento. Andar na feira e esbarrar com uma mulher maravilha, um homem aranha, com um Goku, é normal e esperado. Portanto, nada mais justos que as marcas participantes fazerem jus a essa tradição e também brincarem de ser cosplay por alguns dias.
Mas como isso é possível? Na CCXP, ficou claro que as ativações que mais faziam sucesso eram aquelas que se mesclavam ao evento, que ofereciam o nível de diversão e experiência que os visitantes esperam. Nem sempre a marca era a protagonista da ativação, mas sim, a experiência que ela levava naquele momento.
O melhor exemplo desse cosplay bem sucedido foi o Mercado Livre. Um dos patrocinadores master do evento, a marca estava presente na feira inteira, com lojas próprias, endossando marcas (como a loja oficial de Harry Potter) e com uma iniciativa chamada Magic Market, onde em um espaço que lembrava uma feira medieval, várias outras pequenas marcas tinham seus stands e podiam vender seus produtos em um espaço patrocinado pelo mercado livre.
Ou seja, traduzindo pra linguagem da CCXP o que a marca já faz no digital.
Outra marca que fez bonito nesse concurso de Cosplay foi a Neosaldina. À primeira vista, parece estranho uma marca de remédio estar presente em um evento como esse, mas com o seu posicionamento “Chama a Neosa”, a marca fez um espaço de jogos e desafios onde a dor de cabeça não atrapalharia a diversão, chamado de “Neosaland”. Todo o jeitão gameficado que faz sucesso em ativações do tipo estava lá, reforçando a marca para um público não tão óbvio, mas que com certeza tem potencial de consumo.
Ou seja, as marcas vestiram a fantasia e entenderam o espaço para entregar para os participantes experiências que não só reforçassem seus posicionamentos, mas também que validassem o evento como todo, ajudando a experiência na CCXP ser épica, como é prometido. Essa dedicação é super importante para marcas que se propõem a estar presente em eventos desse tipo: é imperativo conhecer o público e as expectativas das pessoas, para que as ativações façam sentido para quem de fato vai aproveitá-las.
Portanto, fica uma valiosa lição aprendida na CCXP: sempre é possível reforçar o posicionamento da sua marca para públicos específicos, com ativações que sejam atrativas e interessantes, desde que a marca permita se adaptar para o ambiente e para o público, sem nunca perder sua essência. Traduzir o discurso, e passar a mensagem de forma que gere conexão genuína entre as pessoas e sua marca. Ou seja, ser cosplay por um dia, mas não deixar de lado seus objetivos de negócio.
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