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A autenticidade de Federer, uma lição de Branding.


Por: Gabriel Troiano


Feito para todos. Viva para a grandeza. Duas ofertas distintas representadas por duas marcas, mas incorporadas por um só homem: Roger Federer. Você pode ter acompanhado sua carreira no tênis desde o início, ou talvez tenha ouvido falar de seu recente plano de aposentadoria. A verdade é que Federer tem muito a nos ensinar, não só no mundo do tênis e do esporte, mas no mundo do Branding em que atuamos.


Desde que anunciou sua aposentadoria, Federer provocou um enorme aumento em sua popularidade, tanto de fãs veteranos quanto de novos admiradores. Mas é seu compromisso de unir duas marcas nos estágios finais de sua carreira no esporte que chamou nossa atenção. Uniqlo e Rolex. O interessante é que a maioria dos atletas não conseguiriam conviver com essa dualidade. Ou seja, acabariam incomodando os usuários da Uniqlo, ou muito provavelmente, os usuários da Rolex com seu maior poder aquisitivo e gosto diferenciado. E, no entanto, Federer consegue reunir esses dois públicos com seu charme inabalável e carisma de classe mundial.


Mas nem sempre foi assim para Federer. No início de sua carreira, o tenista era conhecido por ser irritável e muitas vezes jogava suas raquetes na quadra. Com o passar do tempo e a ascensão de seu ranking, Federer tornou-se muito mais disciplinado em sua atitude, não só na quadra, mas fora dela, em sua vida pessoal e familiar. Como nós da TroianoBranding adoramos observar e analisar comportamentos humanos, não podemos ignorar o grande trabalho que Federer fez ao longo de sua vida, para incorporar duas marcas muito diferentes em seu arsenal, sem deixar cair a bola em nenhuma delas.


Sua maturidade em lidar com essa realidade, acima de tudo, é o que nos inspira a pensar sempre na reputação de uma marca, no que as pessoas falam de você quando você sai da sala, como diz Jeff Bezos. O que as pessoas dizem quando o lendário tenista sai da sala, ops, das quadras? Certamente, uma série de elogios e comentários positivos, porque ele desfruta de uma integridade impecável em torno de seu mundo do tênis e também fora dele.


Mais importante ainda, Federer nos ensina a aceitar as diferenças. Por ter uma personalidade tão irretocável, ele consegue combinar essas duas marcas e seus consumidores de uma forma autêntica, sem esforço. Ele representa a universalidade de certas coisas e está em um ranking raro de pessoas como Michael Jordan ou como nosso amado Ayrton Senna.


Finalmente, o que aprendemos com Federer é, mais uma vez, que as marcas não são tapumes. Pelo contrário, elas devem ser transparentes, autênticas, visíveis para nós que queremos ser lembrados de seu valor e propósito. Assim, como Federer, elas podem se tornar e coexistir como a contradição em seu guarda-roupa – Uniqlo e Rolex.




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